sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Mude

Esse é um poema que eu gosto muito... Dizem que a autoria é de Clarice Lispector.

Mude, mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.

Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.

Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
você passa.

Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.

Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.

Durma no outro lado da cama...
depois, procure dormir em outras camas.

Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais...
leia outros livros,
Viva outros romances.

Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.

Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.

Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.

Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.

Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.

Escolha outro mercado...
outra marca de sabonete,
outro creme dental...
tome banho em novos horários.

Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.

Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes
.

Troque de bolsa,
de carteira,
de malas,
troque de carro,
compre novos óculos,
escreva outras poesias.

Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.

Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.

Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.
Seja criativo.


E aproveite para fazer uma viagem
despretensiosa,
longa, se possível sem destino.


Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.

Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa.

O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda !

Repito por pura alegria de viver:
a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não
vale a pen
a! 

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Carta de Obama à Lula, Sobre a Visita do Presidente Iraniano

Na véspera da visita ao Brasil do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, a Casa Branca deixou claro ao governo Luiz Inácio Lula da Silva que valoriza a iniciativa brasileira de fomentar e intermediar o diálogo entre os iranianos e os países ocidentais sobre a questão nuclear. A posição dos Estados Unidos foi expressa pelo próprio presidente Barack Obama, em carta de três páginas enviada no domingo ao presidente brasileiro.
No texto, os EUA admitem a insatisfação com a decisão do governo de receber o iraniano, mas reconhecem que o Brasil é um país soberano, com direito de orientar livremente a sua política externa. Diante da decisão, Obama pediu que Brasília abordasse os seguintes temas com Ahmadinejad: defesa dos direitos humanos e cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
A carta tratou também das negociações sobre mudanças climáticas, da crise em Honduras e da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Na recepção, segunda-feira, no Itamaraty, o presidente tratou da questão nuclear, incentivando Ahmadinejad a manter as negociações com a AIEA, e dos direitos humanos.
Depois de lembrar que o Brasil pauta a sua política externa "pelo compromisso com a democracia e o respeito à diversidade", Lula acrescentou: "Defendemos os direitos humanos e a liberdade de escolha de nossos cidadãos com a mesma veemência com que repudiamos todo ato de intolerância ou de recurso ao terrorismo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Sobre a Visita do Presidente do Irã - Mahmoud Ahmadinejad



Foto do Presidente Lula com o Presidente do Irã - Mahmoud Ahmadinejad


O Presidente Lula está de parabéns, acho que ele tem dado uma lição de democracia, recebendo e estabelecendo um diálogo amistoso com os mais diversos líderes mundiais, e no dia de hoje não foi diferente, foi a vez do Presidente da República Islâmica do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, visitar oficialmente nosso país.
Pouco sei do Irã, ou seja, sei que é um país onde o líder supremo é um Aiatolá, uma espécie de Papa católico, que dita as principais normas do país, e que inclusive decide sobre a permanência, ou não, do Presidente do país.
Sei também que o regime dos Aiatolás veio através de uma revolução popular, salvo engano em 1979.
Sei que a cultura iraniana é praticamente ininteligível para um brasileiro, da mesma forma que é paradoxal um iraniano entender a cultura de um brasileiro.
Sei que o atual presidente Ahmadinejad foi acusado de fraude nas eleições, mas ainda continua no poder.
Sei que o Irã figura como um dos históricos inimigos de Israel, e isso custa muito para a imagem do país no mundo, pois ser inimigo de Israel, é ser inimigo dos EUA e ser inimigo dos EUA, representa ser mal visto em todo o mundo, por imposição norte-americana, é claro. Bem que para ser honesto, essa questão está mudando um pouco, mas ainda há.
Sei que existe aquele famoso assunto sobre o enriquecimento de urânio por parte do Irã, e outras bobagens, como se eles fossem destruir o mundo com isso... Pura bobagem de ignorantes. O Irã não possui a menor condição tecnológica de transportar, através de mísseis, um artefato que exploda por fissão ou fusão nuclear, que ele também não tem condições tecnológicas de construir... Mas vendem a maldita idéia que ele e o Presidente norte-coreano vão destruir o mundo. Nunca! É ridícula a idéia!!!
Sei também que o povo iraniano certamente é o mais prejudicado, devido aos embargos a problemática da falta de entrosamento com os EUA e Israel, pois é vedado ao mundo fazer qualquer tipo de parceria contra o Irã.
Vi na televisão meia dúzia de vagabundo, gozando da democracia brasileira, para criticar a vinda do presidente Iraniano ao Brasil. Porque vagabundo? Em plena segunda-feira, um cidadão trabalhador estaria trabalhando, ou procurando emprego! E não criticando algo que nem se conhece. Porque esses mesmos vagabundos, estafados do ócio de seus ofícios, não manifestaram para a retirada de José Sarney de seu cargo? Ou pelo alto preço que pagam pelo litro do óleo Diesel que colocam em suas L200? Isso não interessa! Mas a vinda do presidente de um país que nem ao menos sabem onde fica no mapa, isso sim interessa!!

Acredito que a vinda dele ao Brasil, além de fortalecer os laços diplomáticos entre Brasília e Teerã, fará com que o povo iraniano se beneficie de parcerias comerciais e científicas entre os países.
Para finalizar, gostaria de agradecer as palavras do Presidente do Irã ao Brasil e ao povo brasileiro, onde ele apoiou o Brasil como membro permanente no Conselho de Segurança da ONU, atualmente composto pelos EUA, Rússia, França, Inglaterra e China; tendo também elogiado o povo do meu país, classificando-o como afável e acolhedor.
É preciso entender que dificilmente conseguiremos compreender a cultura Iraniana, e o mais democrático que podemos ser é respeitar o Irã e suas posturas, como um estado soberano, que é.
Quem será que está certo? Os EUA com todas as suas falhas e acertos? Descoberto no final do século XV; Ou o Irã? Com todas as suas falhas e acertos, que foi fundado há mais de quinhentos anos antes de cristo?

ENTENDENDO UM POUCO DO SISTEMA POLÍTICO IRANIANO


 








 

sábado, 21 de novembro de 2009

Exército de um Homem Só - Engenheiros do Hawaii

Clipe: Exército de um Homem Só - Engenheiros do Hawaii





Não importa se só tocam
o primeiro acorde da canção
a gente escreve o resto
em linhas tortas
nas portas da percepção
em paredes de banheiro
nas folhas que o outono leva ao chão
em livros de história
seremos a memória
dos dias que virão
(se é que eles virão)

Não importam se só tocam
o primeiro verso da canção
a gente escreve o resto
sem muita pressa
com muita precisão
nos interessa o que não foi impresso
e continua sendo escrito à mão
escrito à luz de velas
quase na escuridão
longe da multidão

Somos um exército
(o exército de um homem só)
no difícil exercício de viver em paz
Somos um exército
(o exército de um homem só)
sem bandeira,
sem fronteiras para defender, pra defender...

Não importa se só tocam
o primeiro acorde da canção
a gente escreve o resto
e o resto é resto
é falsificação
é sangue falso, bang-bang italiano
suíngue falso, turista americano
livres dessa estória
a nossa trajetória não precisa explicação
(e não tem explicação)

Somos um exército
(o exército de um homem só)
no difícil exercício de viver em paz
somos um exército
(o exército de um homem só)
sem bandeira,
sem fronteiras para defender,pra defender...

Não interessa o bom senso diz
não interessa o que diz o rei
(se no jogo não há juiz
não há jogada fora da lei)
não interessa o que diz o ditado
não interessa o que o estado diz
nós falamos outra língua
moramos em outro país

Somos um exército
(o exército de um homem só)
sem bandeira,
sem fronteiras para defender
Somos um exército
(o exército de um homem só)
Nesse exército
(o exército de um homem só)
todos sabem que tanto faz
ser culpado ou ser capaz
... tanto faz ...

domingo, 8 de novembro de 2009

Vida

A vida, passa rápido. Tão rápido que nem posso crer. Será que estou vivendo, será que valerá a pena? A vida é algo impressionante. Porque sinto-me assim? Porque tenho necessidade do que não possuo, do que não faço. Mas quando faço, sinto que não deveria ter feito. Eterna dúvida desse maldito paradoxo. O poder e o querer. Coisas eternamente separadas. Será que haverá amanhã? Será que mudarei? Serei que estarei vivendo, respirando, criando, etc ? Eternas dúvidas. O que eu posso? Tudo? O que eu quero? Nada? Porque? Será? Querer e poder, coisas eternamente separadas. Desnecessário, sofrível que seja dessa forma. Querer e poder. Coisas eternamente separadas.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A Rifa do Burro

Certa vez quatro meninos foram ao campo e, por 100 reais, compraram o burro de um velho camponês. O homem combinou entregar-lhes o animal no dia seguinte. Mas quando eles voltaram para levar o burro, o camponês lhes disse: - Sinto muito, amigos, mas tenho uma má notícia. O burro morreu.
- Então devolva-nos o dinheiro!
- Não posso, já gastei todo.
- Então, de qualquer forma, queremos o burro.
- E para que o querem? O que vão fazer com ele?
- Nós vamos rifá-lo.
- Estão loucos? Como vão rifar um burro morto?

- Obviamente, não vamos dizer a ninguém que ele está morto.
Um mês depois, o camponês se encontrou novamente com os quatro garotos e hes perguntou:
- E então, o que aconteceu com o burro?
- Como lhe dissemos, o rifamos. Vendemos 500 números a 2 reais cada um e arrecadamos 1.000 reais.
- E ninguém se queixou?
- Só o ganhador. Porém lhe devolvemos os 2 reais e ficou tudo resolvido.

Os quatro meninos cresceram e fundaram um banco chamado Opportunity, um outro Banco chamado Marka, uma igreja chamada Universal e o último tornou-se Ministro do Supremo Tribunal Federal.
O quinto irmão, o mais velho, que vivia no Maranhão e não estava na rifa, soube da história e, também, resolveu ganhar dinheiro. Dedicou-se a política, " mais de 50 anos na teta do governo, consequentemente as nossas custas"chegou a presidencia da república, acidentalmente" e hoje é o presidente do Senado e, até o presente momento, enrola a população tratando-os como ganhadores do burro morto. Caso todos reclamem, pode até entregar o cargo, mas nunca devolverá o todo que lesou do povo.